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Futsal BR: Vander Carioca fala sobre perdas e conquistas em 2019

16 de outubro de 2019 às 08:30:33


O ano de 2019 trouxe grandes emoções  aos  salonistas de todo o Brasil, mas em especial ao ex-pivô Vander Carioca e hoje supervisor da categoria sub-20. Nesta temporada, Vander se despediu de dois grandes amigos. Ambos que deixaram o futsal de luto em menos de duas semanas.

Douglas Nunes, 27 anos, jogador do futsal corintiano , e que foi covardemente assassinado após se envolver em uma discussão que começou dentro de uma casa noturna, em Erechim, onde o Timão estava disputando a Taça Brasil de Clubes.  Douglas era o irmão mais novo do também ex-pivô do Corinthians, Betão, com quem Vander Carioca já atuou em outras equipes.

Além de defenderem as cores alvinegras, Vander Carioca e Douglas tinham uma relação de amizade e respeito, fora as quadras. Durante sua passagem pelo time do Parque São Jorge, Douglas fez 56 partidas (sendo 53 como titular), e marcou 21 gols.

O Douglas, o ‘Glete’ (eu o chamava de Glete), convivi com ele três anos, um cara sensacional, grande amigo e que vai fazer falta para o futsal brasileiro, para o Corinthians e principalmente para os amigos e familiares. Era um cara de bem com a vida, um cara do bem, que sempre estava brincando, sempre rindo. Eu chamava ele de Glete e ele gostava. Quando ele chegava no ginásio, eu já dava um grito “Glete” e ele já começava a rir, vinha , me abraçava, me beijava. Uma tragedia muito grande, que mexeu com todos nós. Eu tenho rezado muito por ele, para que ele possa encontrar a Paz, tenho certeza que Papai do Céu está  o auxiliando para que consiga  seguir a missão dele lá em cima, e espero, do fundo coração, que a família esteja em Paz, e se confortando com esta tragédia, que infelizmente aconteceu, e rezando para ele seguir o caminho dele“, disse Vander.

No momento em que o futsal tentava buscar forças, mais uma vez todos foram surpreendidos de maneira inesperada: a notícia da morte do ex-treinador Miltinho Ziller, aos 57 anos. O treinador, que foi o grande responsável em lançar os principais nomes do futsal, vivia um bom momento na AMF (Associação Marauense de Futsal), equipe da cidade de Marau (interior do Rio Grande do Sul), para onde Miltinho se transferiu no início da temporada.

 

Mas o trabalho foi interrompido por conta de um AVC (acidente vascular cerebral), sofrido por Miltinho, uma semana antes de sua morte. Durante sua carreira como treinador, se consolidou com um dos grandes profissionais do futsal, principalmente no final dos anos 90, quando levou o Atlético Mineiro aos títulos da Liga Futsal em 1997 e 1999.

O Miltinho foi um cara que acreditou em mim, e naquela época eu ainda era um adolescente, meio perdido, com algumas dúvidas, e nós fizemos, creio eu,  uma das melhores equipes juvenis de todos os tempos, sem sombras de dúvidas. Eu, Lenísio, Vinícius, Rosinha, Alemão, Geraldão, Moretti, Paulinho Japonês, Brigadeiro. E o Miltinho foi quem lançou todos esses jogadores. Na verdade, o Miltinho foi o grande responsável pela grande carreira que todos nós conseguimos conquistar“, relembrou.

Depois que eu soube da morte dele, a gente fica triste porque a gente acaba voltando lá atrás, porque ele sempre acreditou muito em mim,  e eu me lembro quando a gente era mais novo, ele levava a gente para a casa do pai dele, fazia um churrasco, a gente ficava lá, trocando ideias, imaginando e sonhando o que iria acontecer com a gente lá na frente. Então, eu sou um cara que devo muito a ele (não só eu, mas toda minha família)“.

Mas, 2019 trouxe coisas boas ao ex-craque Vander Carioca. A seguir, ele fala sobre a função de supervisor da equipe sub-20 do Corinthians:

Essa função está bem legal. Sinceramente, confesso que no começo eu relutei um pouco, no final do ano passado para encerrar a minha carreira, a gente sempre acha que dá parajogar um pouco mais, não tinha me preparado para parar de jogar, não queria ter parado o ano passado e a oportunidade que me deram foi muito legal, está sendo uma troca, um aprendizado a cada a dia. Estou feliz no que estou fazendo e agora é me preparar a cada ano, para que eu consiga permanecer ainda mais no futsal e se Deus quiser no Corinthians, um clube que eu amo e que me abriu as portas para esta nova função.

Eu tenho prazer em trabalhar no Corinthians, em estar todos os dias no Clube, então eu espero ficar muitos e muitos anos aqui. Joguei por mais de 25 anos, hoje tenho 43 e graças a Deus, tive uma carreira longa e não posso reclamar não, e ao final dela, ainda tive a oportunidade em trabalhar no clube que eu amo, e é um presente de Deus. Ele fechou uma porta para mim e abriu uma janela e eu to muito feliz, só tenho a agradecer a ela por tudo que aconteceu na minha vida“, encerrou.

 

Fonte: Futsal em Pauta / Fotos: Anderson Egydio | Heleno (Atlético/MG) | Vander ( Site Esporte Jundiaí)

 

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