Futsal de Primeira

PR: Jogadores paranaenses são 23% na Série Ouro

18 de maio de 2022 às 19:08:21


O futsal do Paraná une todas as tribos. Prova disso é o levantamento feito pelo Jornal de Beltrão entre os dias 12 e 16 de maio que aponta os estados que mais fornecem jogadores ao Campeonato Paranaense. O estudo mostra que as cinco regiões do País possuem representantes na competição. Contando com a colaboração das assessorias de imprensa das equipes, foi possível apurar que 220 atletas fazem parte dos elencos principais dos 14 clubes do certame.

Ranking

O Estado com mais jogadores é o próprio Paraná: 51 deles, o que significa 23,1%. 20%, ou seja, 44 nasceram em São Paulo. Dividindo a terceira colocação no ranking, Ceará e Rio Grande do Sul são representados por 25 boleiros – 11,3%. Em seguida, aparecem Pernambuco e Santa Catarina, com 16 jogadores cada – 7,2%. Na sequência: Minas Gerais (11 nomes, 5%), Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte (seis jogadores cada, 2,7% respectivamente), Goiás (cinco atletas, 2,2%), Distrito Federal, Maranhão e Paraíba (dois nomes cada, 0,9%). Mato Grosso do Sul e Sergipe contam com um único representante cada, o que os outorga 0,4%.

Para o técnico do Palmas, André Carrinho, a liderança do Paraná tem justificativa. “Cada um dos 14 municípios tem base, então utilizam um ou dois, fazendo a diferença pro Paraná ficar em primeiro. Mas acredito que se fizermos uma pesquisa dos maiores salários os paranaenses ficarão com os mais baixos.”

Dez das 27 unidades federativas do país – 37% – não possuem atletas na Série Ouro de 2022: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins.

O paulista Kauê e o gaúcho Douglas Cappa. Elenco do Marreco também tem carioca, catarinenses, mineiro, pernambucanos e paranaenses. Foto: Neto Cajaíba

Maior naturalidade em cada um dos times da Série Ouro

  • Aaema/Mariópolis: Goianos – 4 atletas;
  • Acel: Cearenses – 5 atletas;
  • Ampere: Paranaenses – 6 atletas;
  • CAD: Paranaenses – 5 atletas;
  • Campo Mourão: Paulistas – 5 atletas;
  • Cascavel: Paulistas – 5 atletas;
  • Dois Vizinhos: Paranaenses – 5 atletas;
  • Foz Cataratas: Paranaenses – 8 atletas;
  • Marechal: Gaúchos e paranaenses – 4 atletas cada;
  • Marreco: Pernambucanos – 4 atletas;
  • Operário Laranjeiras: Paranaenses e paulistas – 4 atletas cada;
  • Palmas: Paranaenses – 4 atletas;
  • Pato: Paulistas – 5 atletas;
  • Umuarama: Paranaenses – 5 atletas.

Sul lidera por região

Entre as regiões, o Sul lidera com 92 atletas (41,81%), seguido por Sudeste, fornecedor de 61 jogadores, ou seja, 27,7% do total. Origem de 55 futsalistas, o Nordeste representa 25%. Centro-Oeste, região de nascimento de nove jogadores (4%), e Norte, com dois deles (0,9%), completam a lista. 

Nordestinos em massa

O ex-jogador cearense Marcelo Jucá chegou ao Paraná em 2005. Defendeu Copagril, Dois Vizinhos, Marreco, Pato, Salto do Lontra, São Lucas e Telêmaco Borba. Fez história em Ampere, onde mora atualmente. Para o nordestino, os números apresentados pelo Jornal de Beltrão comprovam que, apesar de sua região não ser representada na Liga Nacional de Futsal (LNF), a modalidade segue popular, principalmente no Ceará. “Em Fortaleza, todos os bairros têm quadras ao ar livre, então a prática é maior do que a do futebol, assim como nas escolas, onde você dificilmente encontra campos e sim quadras.  A LNF não tem nordestinos em razão do deslocamento, já que os clubes de futsal não têm o apoio dado pela CBF para os times de futebol. O Sport já jogou a Liga e depois teve que ir para Osasco”, recorda.

Estrangeiros na Série Ouro

O goleiro japonês Taiki Iwanaga, de 24 anos, joga pelo Cascavel e é o único estrangeiro na Série Ouro de 2022. Foto: Assessoria Cascavel Futsal

E enquanto no Campeonato Brasileiro de Futebol da Série A o Brasil conta com 77 atletas estrangeiros, no estadual de futsal do Paraná o percentual é ínfimo: somente o Cascavel conta com um jogador nascido fora do país, o que representa 0,4% do total. O goleiro japonês Taiki Iwanaga, de 24 anos, chegou à Serpente através de um intercâmbio promovido por um grupo de empresários.

Para Nei Victor, técnico do Umuarama e campeão da Série Ouro cinco vezes, o número baixo de futsalistas do exterior resulta dos salários idênticos em comparação aos ofertados nos países da América Latina: no Brasileirão, Argentina e Uruguai são a pátria de 44,1% dos jogadores não-brasileiros. “É difícil saber o que leva a isso. Acredito que na América os salários se equivalem muito, então o mercado interno fica de igual potencial com os países vizinhos. Ocorre o contrário em comparação com a Europa, em que a moeda é muito superior e leva muitos brasileiros para lá.”

Técnicos

Cinco dos 14 treinadores, 35,71%, são paranaenses: André Carrinho (Palmas), Dalton Bacana (Ampere), Luciano Bonfim (Operário Laranjeiras), Nei Victor (Umuarama e Roberto Nunes (Marechal). Santa Catarina é a terra de quatro comandantes: Banana (Foz Cataratas), Cassiano Klein (Cascavel), Daniel Júnior (Acel) e Sérgio Lacerda (Pato). Já os paulistas estão representados por Fabinho Gomes (Marreco) e Marcelo Batista, o “Tchelo” (Aaema/Mariópolis). Na mesma proporção, o Rio Grande do Sul tem Eduardo Coelho, o “Baiano” (CAD), e Giba (Campo Mourão). O paraibano Fininho, do Dois Vizinhos, é o único nordestino.

Há oito anos e três meses no comando do Palmas, André Carrinho é o técnico mais longevo do futsal do Paraná. Nascido no Município em que trabalha, ele crê que o número de treinadores paranaenses poderia ser maior. “Temos condições de ter mais. Todas as outras cidades da Série Ouro teriam condições de ter treinadores locais. Pato, por exemplo, já foi campeão paranaense com técnico local, Márcio Borges. O Marreco poderia ter Mauro Córdova, da casa. O Foz Cataratas foi campeão com Marlus Sokolowski. Por isso o Estado poderia ter um percentual maior, mas a quantidade ainda assim é boa.”

Fonte: Juliam Nazaré - Jornal de Beltrão

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